ÁGUAS PROFUNDAS DA CORRUPÇÃO
Vejam só quanto a nossa história abusa de ironia: uma empresa estatal especializada na descoberta do ouro negro e vivendo seu inferno astral-financeiro. Escândalos que parecem dar em um poço sem fundo.
Você
vai dormir uma noite, acorda pela manhã, e milhões de reais em propina se multiplicaram
como gremlins que pularam na água depois de meia-noite e fizeram um lanchinho.
As lindas criaturinhas que apareciam dóceis durante a campanha eleitoral viram
detestáveis monstrinhos comedores do Erário. A cada dia, a lista engorda. Uma
investigação atípica começa do alto pegando peixe graúdo, baleias; depois, uns
tubarões (Bois-de-piranha). O sistema dá alguns de seus anéis, mas mantém seus
dedos.
Contudo,
se os escalões forem baixando, pegando executivos e diretores, tambaquis e
tucunarés, etc.? A partir de um certo momento, quando chegar a vez das
sardinhas e dos bagres, você não vai mais conseguir dormir direito, achando que
poderá ser chamado à justiça, no Congresso, prestar depoimento e fazer
acareação com o frentista de um posto de gasolina onde você abasteceu o carro.
O
envolvimento pujante do PT colide com a sua antiga, muito antiga, imagem de
“partido da moral e da ética” – bandeira erguida em tempos de oposição e
campanha. PT sempre foi uma farsa? Ou traiu a seus princípios e eleitores,
simplesmente? Como o partido será postado na história? O que foi que aconteceu:
engodo ou traição?
Outra
maneira de se ver a coisa é imaginar, em vez de um poço profundo de petróleo,
uma enorme galeria de esgoto, do tamanho da nação brasileira. De modo que, de
tanta denúncia e investigação, parece ter sido agora encontrada uma fonte
inesgotável.
Só
que dali não é petróleo que sai.
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