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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

LOBÃO & A CHAPEUZINHO VERMELHO
Aventuras na selva bolivariana
 

Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho. Ela vivia numa floresta bolivariana, num calor de cinquenta graus à sombra, e vestia gorro de algodão e couro de cor vermelha. O vermelho veio de uma resolução do partido gerada pelo Conselho Florestal. Fez-se um plebiscito – vermelho ou paredón – e a cor vermelha foi aclamada com cem por cento de votos. A empresa que computou os votos era tão confiável, que apareceram até mais votos, resultando num total de 125%.

Quando chegou a idade de arranjar emprego – três anos após aprender a falar – o Conselho Florestal se reuniu e chegou à conclusão de que Chapeuzinho tinha talento e competência para levar doces para um asilo de idosos, um campo de concentração próximo, lugar bonito, arborizado. Esta seria a sua profissão.

Uma vez, ela bateu boca com um lobo, no meio da floresta, por causa de política. O lobo era do tamanho de um elefante, e o povo o chamava carinhosamente de Lobão, o Big Wolf. Todos aqueles que não gostavam de ser submetidos à ideologia do partido eram chamados de “burgueses” ou “fascistas”. Era só um bicho querer levantar uma questão contrária e era alcunhado, sem nenhuma argumentação, “fascista”.

Lobão era criticado por ter independência e coragem. No passado, chegou a fazer campanha para o partido. Mas, depois que o partido alcançou o poder e lá se aninhou para sempre, percebeu que somente havia ali um projeto de poder, não de governo ou estado. Tudo para dar emprego aos amigos, montar esquemas, participação em comissões – escândalos de corrupção em série, como nunca antes na história dessa floresta. Grande parte dos animais permanecia achando que o partido ainda era o mesmo de outrora.

A briga começou quando Lobão perguntou a Chapeuzinho:

- Por que essa inflação tão grande?

- É para dar empregos – respondeu a moça vermelha.

- E por que o Bolsa-Família, se o país já saiu do mapa da miséria? 

E blá, blá, blá...

 

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