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quinta-feira, 13 de novembro de 2014


HEIN, PAI...!
A contabilidade criativa de Maria Sanma

Se é exagero do pai, não sei, mas estou certo de que Maria Sanma escreverá pelo menos um romance best seller até os dezoito anos, traduzido para vários idiomas. Aos trinta, já poderá se candidatar à imortalidade, na ABL. Tem talento para redigir, faz boas redações.

Porém, como todo aquele que é bom em português, fica a desejar em matemática. Não sei se isto é realmente um fato, um dado estatístico, uma regra. Mas, costuma ser assim. Já constatei entre amigos. Eu mesmo sofria agruras nas mãos da álgebra, das inequações de segundo grau e cheguei ao pré-vestibular lutando pra decorar quanto dava 7 x 8 (hoje sei que dá 49).

Maria chegou em casa falando “Hein, Pai...!” Quando anuncia tais palavras, com reticências, é porque vai pedir alguma coisa.

- Hein, pai...!

Iniciou a conversa dizendo que já estávamos no fim-de-ano. Havíamos combinado que durante o ano, ela faria uma redação por dia valendo cinco reais. Ao fim do mês, contando apenas os dias úteis, receberia cem reais. Em meados de janeiro, acertamos que eu adiantaria os mil reais do ano, descontados o mês de férias e outros encargos pelo serviço. Firmou a meta de 220 redações.

- Hein, pai...!

Agora vem com uma conversa mole. Atrasou as redações e, a menos que faça umas dez por dia (incluindo sábado e domingo), não conseguirá cumprir a sua meta.

Aí, eu fui dar uma de esperto, comparando-a com a presidente Dilma. Falei que a presidente também se comprometera com uma meta, no início do ano, e não a cumpriu. Não cumpriu e não deu satisfação nenhuma à sociedade. Maria replicou dizendo que, entre os vinte alunos de sua turma, dezessete também não conseguiram cumprir suas metas, ao fim do exercício. Apenas três CDFs cumpriram. Além do mais, presidentes não ficam em recuperação. Então, tive que dizer:

- Filha, não use os outros como desculpa. Você tem que dar conta da sua própria meta, não se importando com a dos outros.

Só não lhe disse que a presidente Dilma também não atingira a meta fiscal prometida e, chegando ao fim de ano, resolvera mudar as regras. Que a presidente usou como desculpa o fato de dezessete países do G – 20 (os vinte maiores do mundo) não terem também conseguido alcançar suas metas.

Não sei se Maria Sanma ainda é muito nova para entender essas coisas ou se já passou da idade de entendê-las.

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